Não sei você, mas eu simplesmente cansei. Cansei desse fluxo incessante de informação jogada na nossa cara, sem filtro. Vídeos curtos, propaganda, tweets, notificações... é uma intrusão constante na privacidade cerebral.
Cheguei a me isolar por 2 anos, aceitando só o 'suco': umas poucas newsletters e livros.
Mal sabia eu que essa minha busca pessoal por clareza era apenas a ponta do iceberg de um problema gigantesco que eu estava prestes a encontrar no mundo dos negócios: a luta desesperada para ser, não apenas visto, mas verdadeiramente entendido.
A corrente invisível que sufoca as empresas
Aquela paralisia informativa que eu sentia na pele? Ela veio com força em 2024, quando mergulhei no Rocket, o reality show de startups da Globo. Éramos 24 startups promissoras, quase 50 fundadores dividindo o mesmo teto, imersos.

O mais absurdo e revelador? Depois de uma semana intensa lá dentro, a verdade era que ninguém fazia a menor ideia do que a startup do lado realmente fazia! E não era por desinteresse, era o cérebro em modo de defesa: com aquele volume brutal de informação não filtrada, sem uma conexão emocional clara, sem simplicidade... nada grudava → A informação valiosa simplesmente evaporava.
Foi ali que eu notei a corrente invisível que travava o fluxo vital da informação.
Comecei a investigar, usei minha atuação na Feerie para validar essa hipótese com nossos clientes B2B. O diagnóstico se confirmou. A informação essencial simplesmente não estava acessível. Várias razões:
- Não sabemos bem onde a informação está guardada
- A pessoa que detém a info não está disponível
- A gestão da informação está descentralizada ou inexistente
- O formato (planilhas complexas, docs longos) está desalinhado com a cultura real da empresa.
- O mais crítico: Ninguém é oficialmente responsável por manter a informação viva e atualizada
As consequências? Um sangramento diário:
- Tempo precioso evaporando em buscas frustrantes
- Retrabalho que esgota a paciência e o orçamento
- Decisões cruciais baseadas em “achismo” ou dados ultrapassados
- Oportunidades escapando por pura lentidão ou desinformação.
A gestão da informação é um problema que envolve tantas variáveis (tecnologia, capacitação dos protagonistas, infraestrutura, entendimento pelos atores…) que eu deixei essa corrente num canto da minha mente, sem imaginar que a chave para quebrá-la ia surgir de uma forma totalmente inesperada.
O estalo no Empretec: Quando a simplicidade me deu um tapa na cara (e uma ideia)
Fui selecionado para o Empretec, aqui pelo Sebrae PR: um programa de formação de empreendedores, criado pela Organização das Nações Unidas (ONU). 6 dias de imersão para 60 horas de capacitação. Intenso.
No meio, estava ela: uma dona de um restaurante asiático participando também. Durante os primeiros 5 dias, eu mal notei sua presença. Ela estava sempre focada, discreta, na dela.
No último dia na hora de compartilhar os nossos resultados, foi um balde de água na minha cara. Ela apresentou resultados excepcionais.

Enquanto eu buscava a fórmula mágica, complicando estratégias, ela me ensinou pela demonstração:
- Aplicção de conceitos simples
- Execução de forma simples
- Vender de forma simples
Zero complicação. Zero firula. Foco total no essencial.
Naquele instante, a 'corrente' invisível que prendia as empresas pareceu subitamente menos assustadora. Talvez a solução não fosse um sistema mega complexo, mas algo... fundamentalmente simples. A semente do Attlas tinha acabado de ser plantada.
Da ideia à ação em 24h: o nascimento do attlas
Nas 24 horas seguintes, eu não 'criei' o Attlas final pronto para vender. Eu precisava provar para mim mesmo, que era tecnicamente possível, no meu alcance desenvolver um protótipo funcional.
Consegui. Tinha algo ali, um embrião. Mas software sem usuário é só código. E aí entra o Teddy Tchogninou. Meu sócio na Feerie e um mestre no networking, um conector de pessoas.
O Teddy me jogou na arena: "Vai falar com quem importa!".
Me colocou na frente de dezenas de profissionais, donos de empresas dos mais variados setores. Fui para entender a dor real deles com informação, o que de verdade faria a diferença para eles.
A realidade: o que eu tinha construído, baseado na minha visão inicial, não era bem o que o mercado precisava. Engoli o orgulho. Deletei tudo. Recomecei do zero.
Construí de novo. Testei. Mas a tecnologia escolhida não era adequada. Era rápida para prototipar, mas não escalaria. Lixo de novo.
Recomeço número três: a visão da simplicidade como guia, mas agora com a tecnologia certa e o feedback do usuário como bússola.
Essa dança de construir, testar, ouvir, quebrar, aprender e refazer durou alguns meses intensos.
Você está lendo este post porque aquele esforço levou até o MVP (Minimum Viable Product) do Attlas, que está online. Um produto mínimo, sim, mas já viável, funcional, pronto para começar a fazer a diferença e evoluir com quem o usa.
Como attlas transforma informação em interação
Pense em todo o conhecimento que sua empresa ou você mesmo acumula: documentos esquecidos em pastas, PDFs enormes, vídeos de treinamento, planilhas complexas, links importantes perdidos em emails, áudios de reuniões... um oceano de dados valiosos, mas dispersos e muitas vezes inacessíveis quando você mais precisa.
O Attlas nasceu para resolver isso: permitir que você encontre, use e compartilhe a informação certa, no momento certo, sem ter que caçar por ela. Se resume a 3 passos simples:
1. Absorver tudo sem esforço
Libertar-se de formatos antigos ou fontes dispersas. Literalmente arrastar e soltar, coletar de onde quiser, e deixar o attlas organizar.
2. Respostas instantâneas, no formato certo
Chega de revirar pastas ou depender da disponibilidade de colegas. Vá direto ao ponto: faça uma pergunta ao chat do Attlas, em linguagem natural, como se estivesse falando com alguém da equipe. Ele vasculha toda a sua base de conhecimento e te entrega a resposta precisa que você precisa, no formato que fizer sentido: um texto direto, aquela imagem específica, o documento exato ou o link correto. Simples assim.
3. Seus dados, suas regras: Controle total e flexível.
Gerencia as permissões de acesso com agilidade. Liberar um chat específico para consulta pública? Um clique. Garantir que apenas certas equipes vejam dados sensíveis? Fácil de configurar. Você decide quem vê o quê, quando e como.
Em que fase está o projeto?
Attlas v1.0 já digno e útil. Não tem ainda todas as funcionalidades, mas já entrega valor real: funciona bem para desafogar equipes com suporte e atendimento básicos, centralizando FAQs, manuais e documentos internos, etc…
Não estamos sozinhos nessa! Já contamos com mais de 150 profissionais visionários que abraçaram o Attlas nesta fase inicial. Dando feedbacks que molda os próximos passos.
o Attlas é um projeto construído na raça, com recursos próprios e um time pequeno, mas absurdamente comprometido.
O ritmo de desenvolvimento é intenso e cirúrgico. A visão é clara e simples. Attlas é um Product-Led Growth: construir um produto tão bom, tão relevante para o usuário, que ele se apresente sozinho.
Confesso que ainda não sei bem como o apresentar, mas a missão é de transformar informação estática em interações úteis e instantâneas.